Em encontro que precede seminário internacional, representantes de nove países conhecem trabalho de Centro de Referência de Assistência Social

 

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Gestores estrangeiros no CRAS Rinaldo De Lamare, no Rio de Janeiro. Foto: Marco Prates/WWP

Brasília, 4 de abril de 2016 – O know-how brasileiro na construção do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) foi mostrado na prática, no Rio de Janeiro, a especialistas em bases de dados e sistemas de informação para políticas públicas de nove nacionalidades. Em visita ao Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Rinaldo de Lamare, responsável pelo atendimento às duas maiores comunidades do município, a Rocinha e o Vidigal, os especialistas puderam trocar experiências relacionadas à gestão institucional e tecnológica desses sistemas.

O encontro na capital carioca precede o Seminário Internacional de Integração de Base de Dados e Sistemas de Informação para Aperfeiçoamento de Políticas Públicas, que ocorre nesta terça e quarta-feira em Brasília (5 e 6 de abril).

No Rio de Janeiro, gestores brasileiros compartilharam ainda a experiência nacional do CadÚnico com gestores de outros grandes cadastros brasileiros que agregam milhões de cidadãos, entre eles, os mantidos pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social, o Tribunal Superior Eleitoral e o Ministério das Mulheres, Igualdade Racial, Juventude e Direitos Humanos.

Entre os desafios comuns a bases de dados tão diversas, está a integração. “Os 30 programas sociais que utilizam o Cadastro Único não alimentam o programa. Cada um tem suas próprias culturas de atendimento, exigem muitas vezes os mesmos documentos dos cidadãos e não retroalimentam o cadastro. Nosso grande desafio é a integração nos usos e que essas portas possam também alimentá-lo, o que seria ideal para quem está na ponta, o cidadão”, afirmou Joana Mostafa, diretora do Cadastro Único do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

A integração da base de dados reflete uma maior integração entre as políticas de maneira geral, amplia a eficiência do gasto público, além de responder melhor às demandas da população. E, por isso, é um desafio que tanto países de alta renda como os de baixa renda vem enfrentando.

No seminário, países que conseguiram reduzir a fragmentação entre seus sistemas apresentarão os desafios enfrentados e modelos exitosos de integração e interoperabilidade, como Austrália, Chile, Uruguai, Argentina e Letônia. Além desses países e do Brasil, México, Costa Rica e Rússia participam do evento a fim de aprofundar a discussão dos diferentes caminhos possíveis para atingir este objetivo comum.

O evento, para convidados, é realizado pela Secretaria Nacional de Renda de Cidadania (Senarc) do MDS, em parceria com a Iniciativa Brasileira de Aprendizagem por um Mundo sem Pobreza (WWP – World without Poverty), que produzirá matérias, fotos e vídeos dos dois dias de discussões.

Vista para a favela da Rocinha a partir do CRAS Rinaldo De Lamare, no Rio de Janeiro. Foto: Marco Prates/WWP

Vista para a favela da Rocinha a partir do CRAS Rinaldo De Lamare, no Rio de Janeiro. Foto: Marco Prates/WWP