A ferramenta é utilizada em todos os Centros de Referência da Assistência Social da capital de Pernambuco para reunir informações de mais de 2 mil famílias

Brasília, 16 de julho de 2015 – Desde 2012, o serviço de assistência social brasileiro conta com o Prontuário do Sistema Único de Assistência Social (Suas) – acesse a capa e o conteúdo do documento, respectivamente –, um importante instrumento nacional para orientar o registro das informações das pessoas acompanhadas pelo Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif) e pelo Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (Paefi).

Com ele, as equipes dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) e dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) de todo o Brasil podem registrar as etapas do trabalho social com as famílias acompanhadas, obter informações sobre situações de vulnerabilidade, de risco pessoal e social, garantir a proteção social, além de apontar a importância da política de assistência social para os usuários do Suas.

Ao aderir ao prontuário, em 2013, Recife se tornou uma das primeiras cidades brasileiras a qualificar o atendimento social com uma ferramenta capaz de sistematizar as informações e os dados das famílias. Hoje, o documento é utilizado pelos quatro Creas e nove Cras da capital do estado de Pernambuco para o atendimento de 2 mil famílias nos Cras e 60 nos Creas.

capaprontuario_0“A padronização das informações possibilitou a melhoria da qualidade das atividades realizadas, a visibilidade das habilidades pela gestão municipal e o melhor investimento nos serviços devido ao preenchimento mais criterioso”, esclarece Andrezza Sandrelly, chefe da Divisão dos Cras em Recife. “O prontuário facilita para as famílias e para o técnico, pois ali o técnico acessa todo o histórico. Ele é uma forma de manter a memória do acompanhamento da família, sem risco de perda de informação”, completa.

Leia a entrevista com Andrezza Sandrelly

Antes da adesão ao Prontuário Suas, o município utilizava um registro próprio – a Ficha de Informação Familiar (FIF) –, desenvolvido pelas equipes do Cras e da vigilância socioassistencial de Recife. “O formulário anterior tinha caráter mais restrito, os dados eram de nível de identificação, das condições socioeconômicas, e outras informações ficavam a critério do técnico registrar”, explica Jaime Lima, psicólogo do Cras e multiplicador do prontuário Suas. “O prontuário foi um avanço, pois inclui informações sobre o relacionamento intrafamiliar, por exemplo, e permite que a gente identifique outras nuances.”

Segundo o coordenador-geral de vigilância socioassistencial da Secretaria Nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Luís Otávio Farias, o prontuário Suas foi desenvolvido pelo governo brasileiro após se identificar a carência dos municípios para criar um instrumental estruturado. “Apesar de a utilização desse modelo não ser obrigatória, insistimos em recomendá-lo, pois sabemos que muitos municípios não usam prontuários”, ressalta. “Precisamos convencer esses profissionais de que esse instrumental é útil, e temos tido retorno muito positivo”, diz Farias.