Governo do estado do Rio de Janeiro premiou três práticas exitosas nas áreas de economia solidária, gestão do programa Acessuas Trabalho e oferta de cursos de capacitação do Pronatec
Brasília, 31 de março de 2016 – Três municípios fluminenses receberam, nesta quinta-feira (31/3), um prêmio do governo do estado do Rio de Janeiro por desenvolverem práticas exitosas de inclusão produtiva da população extremamente pobre.
São Francisco de Itabapoana, Rio das Ostras e a capital do estado foram anunciados finalistas do Prêmio Boas Práticas Municipais de Indução ao Acesso ao Mundo do Trabalho, em cerimônia realizada no Palácio Guanabara. As equipes apresentaram as práticas vencedoras para os nove municípios semifinalistas, nas áreas de economia solidária, gestão do Programa Nacional de Promoção do Acesso ao Mundo do Trabalho (Acessuas Trabalho) e oferta de cursos de capacitação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
Além do reconhecimento, as equipes viajarão à Colômbia para conhecer práticas de destaque na área social e trocar experiências. “Vamos buscar o aprendizado lá para melhorar o que nós já temos e criar o que ainda não temos, com uma visão voltada a oferecer qualidade de vida para a nossa população”, disse a gestora da prática que ganhou o primeiro lugar, Deyse Teixeira, secretária municipal de Trabalho, Assistência e Promoção Social de São Francisco de Itabapoana.
O pequeno município de 41 mil habitantes e com o segundo pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado viu a situação das 2,5 mil pessoas em situação de extrema pobreza melhorar há três anos, a partir da oferta de cursos de capacitação profissional pelo Pronatec alinhados às demandas locais de emprego.
Com uma equipe de sete pessoas e investimento de apenas R$ 75,5 mil, a secretaria conseguiu oferecer mil vagas em 23 cursos – 70% delas preenchidas por pessoas registradas no Cadastro Único, ou seja, que estavam em situação de pobreza ou extrema pobreza. Das 353 pessoas empregadas após a capacitação, 207 eram provenientes do registro.
“Você ir lá no Cadastro Único, buscar as pessoas que estavam em situação de extrema pobreza, sem perspectivas, e conseguir mudar essa realidade é muito gratificante. Vemos esse prêmio como um desafio, para nos estimular e ver que temos e que queremos fazer mais”, conta Deyse.
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O segundo lugar foi dado à prática de gestão do Acessuas Trabalho, realizada pela secretaria municipal de Bem-Estar Social de Rio das Ostras. O trabalho da secretaria recebeu destaque por sistematizar a oferta de emprego à demanda de cursos profissionais, gerando mão de obra qualificada. Segundo a coordenadora do Acessuas Trabalho no município, Edilene de Araújo, os 22 cursos oferecidos fizeram com que 9% dos alunos formados entrassem no mercado de trabalho formal, 15% no mercado informal e 5% em atividades autônomas.
A prática Circuito Carioca de Economia Solidária, da capital do estado, levou o terceiro lugar da premiação. A secretaria especial de Desenvolvimento Econômico Solidário da prefeitura do Rio de Janeiro (Sedes) conseguiu criar uma agenda frequente de feiras de produtos da economia solidária – uma média de 18 dias de feiras por mês. Somente em 2015, o circuito gerou R$ 2 milhões de renda aos mais de 280 empreendimentos participantes.
“Somos a primeira secretaria do gênero no Brasil. A nossa história com economia solidária começou com o recorte do público do Cadastro Único e, com esse recorte, conseguimos formar redes e produzir riqueza”, ressalta Kátia Perobelli, assessora de desenvolvimento econômico solidário.
Pioneirismo
Esta foi a primeira edição do Prêmio Boas Práticas Municipais de Indução ao Acesso ao Mundo do Trabalho, idealizado pela secretaria de estado de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro (SEASDH), sob coordenação da subsecretaria de Integração de Programas Sociais (SSIPS).
“O desemprego é hoje nosso grande fantasma. Ter ações que façam a indução ao mercado de trabalho são fundamentais para que a gente construa uma sociedade de oportunidades”, destacou Paulo Melo, secretário da SEASDH.
A premiação contou com a parceria da Fundación Capital e da Iniciativa Brasileira de Aprendizagem por um Mundo sem Pobreza (World without Poverty, WWP). “O Banco Mundial colabora com o Brasil servindo como um canal de conhecimento, mas ao mesmo tempo o Brasil é um laboratório em políticas sociais. E esse trabalho deve ser compartilhado para facilitar essa tradução de conhecimento para outros países”, comentou Boris Utria, diretor interino do Banco Mundial para o Brasil.