Representantes de governos latino-americanos e especialistas se reuniram em Brasília para trocar experiências sobre indicadores multidimensionais de pobreza

Brasília, 14 de setembro de 2015 – Mesmo com os avanços alcançados pela América Latina na redução da pobreza extrema e da desigualdade nos últimos 15 anos, os países da região mostraram que estão atentos às ameaças de retrocessos na agenda social e aos desafios para o futuro.
Cerca de 60 representantes de governos latino-americanos e de instituições internacionais, além de especialistas em políticas de proteção social, reuniram-se em 25 e 26 de agosto, em Brasília, durante a Oficina Técnica sobre Pobreza Multidimensional, promovida pelo WWP.
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Mesa de abertura da Oficina Técnica: (da esquerda para a direita) Martin Raiser, diretor do Banco Mundial para o Brasil; Jorge Chediek, coordenador do Sistema ONU no Brasil; Tereza Campello, ministra do MDS; Laís Abramo, diretora da Divisão de Desenvolvimento Social da Cepal; e André Calixtre, diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea. Foto: Ana Nascimento/MDS

Na mesa de abertura do evento, a diretora da Divisão de Desenvolvimento Social da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Laís Abramo, lembrou que os resultados positivos alcançados pela região foram em decorrência de “opções estratégicas e políticas tomadas que tinham a inclusão social, a erradicação da pobreza e da fome no centro das ações”.
O diretor de Estudos e Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), André Calixtre, acrescentou a importância do mercado de trabalho para o modelo de desenvolvimento da região. “A combinação desses fatores levou ao sucesso que tivemos nesses anos”, completou.
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome do Brasil, Tereza Campello, destacou a necessidade de evitar retrocessos e garantir o avanço na agenda social. “A análise dos indicadores sociais nos mostra que demos conta de superar a pobreza. E que podemos avançar ainda mais”, afirmou.
O coordenador do Sistema Nações Unidas no Brasil e representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Brasil, Jorge Chediek, elogiou o papel do Brasil. “O exemplo do Brasil é essencial, porque mostra que um país democrático, multicultural, multirracial, nos trópicos, pode mudar, em uma geração, a sua situação social.”
O diretor do Banco Mundial para o Brasil, Martin Raiser, destacou a relevância da Iniciativa Mundo sem Pobreza na divulgação dos avanços alcançados pelo Brasil no combate à pobreza. “O Banco Mundial tem aprendido muito com a experiência brasileira e tem levado a outros países com a iniciativa WWP”, disse.
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Foto: Ana Nascimento/MDS

Indicadores
O primeiro dia de discussões da Oficina Técnica sobre Pobreza Multidimensionaltratou sobre como os indicadores de medição de pobreza podem ajudar os países a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2015-2030. Os ODS vão substituir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) a partir deste mês e primeira meta é a erradicação da extrema pobreza.
“O maior desafio da Agenda dos ODS é transformar os indicadores em uma agenda operacionalizável”, avaliou Dr. Rômulo Paes de Sousa, diretor do Centro Mundial das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável Rio+.
Entre as possibilidades de indicadores de pobreza, aqueles capazes de medi-la sob um aspecto multidimensional foram o foco da oficina. Para calcular a pobreza em uma população específica, os indicadores consideram, além da renda, as privações a direitos sociais – como o acesso aos serviços de água, saúde e educação.
Segundo Luis Henrique Paiva, ex-secretário nacional de Renda e Cidadania do MDS, os indicadores monetários e multidimensionais (entenda a diferença entre eles aqui) podem ser complementares e ajudar a fornecer diagnósticos precisos para as políticas públicas.
No segundo dia da oficina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, México e Uruguai apresentaram as experiências no desenvolvimento de indicadores de pobreza multidimensional.
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Marianna Rios, WWP