A ideia do curso é incentivar a formalização dos beneficiários que já possuem um pequeno negócio

Primeira turma do curso de gestão em empreendedorismo para beneficiários de programas sociais: inclusão no mercado e formalização. Ubirajara Machado/MDS

Brasília, 23 de dezembro de 2015 – Os cursos de capacitação profissional oferecidos pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), voltados para a inserção do público de baixa renda no mercado de trabalho formal, também buscam incentivar o empreendedorismo.

Agora os beneficiários do Programa Bolsa Família e o público do Cadastro Único para Programas Sociais podem participar do curso de gestão em empreendedorismo do Pronatec, com duração de 2 meses e desenvolvimento de competências nas áreas de educação financeira, inovação, mercado, negócios, planejamento, finanças e cidadania. A meta do governo federal é formar 100 mil beneficiários de programas sociais como Microempreendedores Individuais (MEI) até 2018.
Para o curso, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o governo do estado da Bahia desenvolveram uma metodologia de capacitação personalizada para atender o público de baixa renda. O Pronatec Gestor MEI visa a inclusão produtiva de pessoas que já possuem um pequeno negócio e a formalização como microempreendedor individual.
“Com o Pronatec, conseguimos capacitar as habilidades que os alunos já têm e sistematizar o conhecimento. O curso faz com que a pessoa melhore a sua condição de inserção no mercado de trabalho. Nós impulsionamos, com isso, a formalização, que também é uma indução para a pessoa acessar mais direitos”, avalia Luiz Müller, diretor de Inclusão Produtiva Urbana do MDS.
Dados do Ministério apontam que, entre 2012 e 2014, 1,7 milhão de beneficiários de programas sociais se matricularam nos cursos do Pronatec, com taxa de conclusão de 87%. Aproximadamente, 370 mil beneficiários conseguiram o primeiro emprego formal após concluir um curso do programa e 70 mil se formalizaram como microempreendedores individuais.
Müller explica que, no caso dos cursos do Pronatec voltados para capacitar mão de obra para empregos formais, a assistência social do município encaminha os alunos formados para o Sistema Nacional de Emprego (Sine) ou para um sistema ou ação local. Já no caso dos empreendedores, a assistência social encaminha os alunos para a formalização junto ao Sebrae ou a uma secretaria local que trabalhe com essa temática.
“Para todo esse processo de encaminhamento e acompanhamento, o MDS construiu o programa Acessuas Trabalho. O Acessuas tem o  papel de identificar demandas locais por mão de obra, encaminhar os alunos para os cursos, acompanhar a capacitação e encaminhar os alunos formados para a inclusão produtiva”, diz o diretor.
Para 2016, o ministério se prepara para lançar uma nova metodologia de assistência técnica, complementar ao curso de gestão em empreendedorismo. “O empreendedor passará a ter o acompanhamento de consultores durante um ano, para que ele de fato consiga se estabelecer no mercado com aquilo que ele produz”, comenta Müller.
Projeto-piloto

Ubirajara Machado/MDS

A capital de Minas Gerais, Belo Horizonte, foi a escolhida para formar a primeira turma do Pronatec Gestor MEI, em agosto de 2015. Além do MDS, do Sebrae e do governo do estado da Bahia, o curso contou com o apoio do Ministério da Educação (MEC) e das secretarias municipais adjuntas de Trabalho e Emprego (SMATE) e de Assistência Social (SMAAS).

Segundo a gerente de inclusão produtiva da SMAAS, Ana Wolbert, Belo Horizonte foi escolhida pela eficiência na execução dos cursos do Pronatec. “Unimos nossos esforços para trabalhar um modelo eficiente e conseguimos concluí-lo com apenas uma evasão. A turma deu continuidade à proposta do projeto-piloto e continua se reunindo semanalmente no Sebrae”, orgulha-se.
A turma de 25 alunos era formada por beneficiários de programas sociais que tinham pequenos negócios. Também foi exigido que os alunos tivessem concluído até o 4º ano do ensino fundamental e um curso do Pronatec e que fossem formalizados como MEI.
Marianna Rios, WWP